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quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

De repente

Vejo um castelo pesado, 
Cinzento, amarfanhado,
Numa colina de verdura extensa, 
Longa e imensa...

Vejo um quadro melancólico,
Livre de emoções felizes,
- Daquelas que fazem arrepiar - 
Sonhar e encantar.

E porque não mudar?
Mudar da tristeza para a euforia,
Numa sonoridade rápida
Através de um registo bipolar?

- Podia ser num estalar de dedos, 
Em sopros breves e ligeiros, 
Expandindo a tristeza e a melancolia, 
Para outros apeadeiros -

E distante do castelo e da colina e do lugar,
Encontrar a dança do recomeço
Entoando uma melodia de febril cantar.

(Paula Coelho, 14 de Fevereiro de 2013)

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Sem amarras


Por aquele que se esquece
De tudo que viveu e permanece,
Sentado no meio da curiosidade,
Enfrentando a vida sem medo, com vontade.

Àquele que deixou no tanque das lágrimas,
Dores, desilusões, desgostos,
Cicatrizes e escaras,
Ansiando por águas puras e claras.

Por aquele que abriu o peito à vivência
De uma trágica mas verdadeira experiência;
Que perfilhou a frontalidade
Agarrando sem máscaras o que pensa.

……………………………………
Que este possa soar a melodia
- Mais ou menos agitada -
Arrastando de qualquer maneira,
Todo aquele que pretenda viver
Uma realidade inédita e certeira.

(Paula Coelho, 13 de Fevereiro de 2013)

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2013

Insónia


São quatro da manhã…
Não consigo dormir.
…………………………………..
Como incomoda perceber
O tempo a fugir.

São cinco e meia…
Já passou mais um tempo.
Permanece a nostalgia
De um esquisito intento.

…………………………………….
Há qualquer coisa que pulsa;
Como um estranho argumento.
Sinto ânsia, febre e delírios,
Parece que irei falecer a qualquer momento…

…………………………………….
Já desabrocha o dia;
Já se vê a madrugada no mundo;
Como uma flor no campo que desponta;
Arrebata-me um estado de amor profundo!

(Paula Coelho, 25 de Janeiro 2013)

Lógica Absurda


Cálculos e mais cálculos…
Estou cheia de explicações absurdas!!!
…………………………………….
Não chegando a nenhuma conclusão,
Perpetuam conflitos,
E só criam desilusão.
…………………………………….

Porquê tanta dificuldade?!
Porquê???!
…………………………………….
Será que não existe
Um pouco de sensibilidade?!
Da arte de querer crescer,
Com prazer e serenidade??
………………………………………

Estou farta de esquemas;
Saturada de farsas.
………………………………………
Desejo viver outra realidade,
Liberta de críticas ferozes
E de castradoras mordaças!

(Paula Coelho, 25 de Janeiro 2013)

domingo, 10 de fevereiro de 2013

Sentimento Indizível

Nas amarguras pungentes,
Nas estradas sem fim;
Uma perene tristeza
Desabrocha em mim.


Tem jeito de sentimento profundo,
Como o clarear do dia;
Arrebata o coração que sente
E pensa a mil,
Em simetria;

No romper da madrugada,
Sob a chuva mais fria;
Na noite que cai negra
Com indizível magia:
- Surge um eco íntimo -
Fugidio,
Inspirando palavras/sentires,
Convidando sem demora,
A que surja a poesia!


(Paula Coelho, 21 de Janeiro de 2013)

Beleza do mundo

Pelas paisagens internas da alma,
Pelos corredores da lembrança e da memória
Pelos afetos e pelos sentimentos
Pelos processos de criação mais violentos
Pela imaginação colorida
Que atravessa o pensamento;


Pelos sons,
Pelas luzes,
Pelos cantares,
Pelas esquinas de interrogações
A desbravar.

Por ti,
Pelos outros,
Por mim,
Por todos:

Sublime arte de viver e de achar
Sentido sério e profundo,
No viver sem certezas e com sonhos
Na beleza interminável do mundo!


(Paula Coelho, 23 de Janeiro de 2013)

sábado, 9 de fevereiro de 2013

Arte de pensar

Coerência de uma luz incandescente,
Verdadeira de verdade que ilumina,
O caminho de uma ideia que se forma
Na imensidão da mente que a cria.

Construção de uma assentada,

Processo de caminhada peregrina,
A chegada ao ponto que anseias,
Por vezes é diferente daquele que imaginas.

No mar do vento das contradições,
Perdendo-se no tempo e nas angustiantes suposições,
A perseverança amiga te ensina:

- A deixares para trás os preconceitos;
A guardares numa caixa a cadeado os preceitos;
A estares atenta aos sentimentos; -
E assim, pensarás a liberdade por momentos.


(Paula Coelho, 23 de Janeiro de 2013)

Melancolia

Dor que cantas no peito
Como se fosses chuva
Caindo nos areais de uma praia
Que no Inverno perde a luz e se desnuda.


Dor que visitas a alma
Nela permanecendo e marcando
Anéis de experiências,
Em páginas de choro
E desengano.

As aves te conhecem pelo cheiro,
Amargo e melancólico,
De pungente melodia
Em estado bucólico.

Quando partes para outras
Paragens e lugares,
Docemente libertas a alma
Que te fita agradecida, 

Num sentido olhar.

(Paula Coelho 23 de Janeiro de 2013)

segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dureza do Mundo

Eu deixei a luta perdida, 
Guardada numa caixa velha,
À espera que o mundo mudasse,
A violência aniquilasse,
Dando espaço e tempo
À solidariedade mais bela.

Esperava que o azul do céu se transformasse,
Numa espécie de rubi precioso,
Capaz de desvanecer
Pelo seu brilho,
As tormentas mais duras:
- Fome, miséria, guerra, morte, ambição ignóbil –
E as mais terríveis torturas. 


Desejei que a verdade e a ética
Vencessem o egoísmo doentio
E pela pujança das ideias puras,
Ultrapassassem a frieza e o muro
Do desamor sombrio e escuro. 


Mas a dureza das coisas estabelecidas,
Perdura…
E a dor e o lamento e o choro…
Cantos fúnebres, infelizes
A natureza e a humanidade entoam,
Permanecendo a mudança por ser,
Por efetivamente acontecer,
No real verdadeiro do mundo.


(Paula Coelho, 4 de Fevereiro de 2013)


sexta-feira, 1 de fevereiro de 2013

Pelas palavras

Pelas palavras,
Pelos sons,
Pelas cores; 

Pela Beleza da Certeza,
Sem louvores,
Onde apenas a alma sente
O êxtase da alegria
E a dureza das dores...

Esse lugar pertence à arte,
À poesia,
Onde tudo parece magia,
Sem juízos de valor!


(Paula Coelho, 27 de Janeiro de 2013)