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segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

Dureza do Mundo

Eu deixei a luta perdida, 
Guardada numa caixa velha,
À espera que o mundo mudasse,
A violência aniquilasse,
Dando espaço e tempo
À solidariedade mais bela.

Esperava que o azul do céu se transformasse,
Numa espécie de rubi precioso,
Capaz de desvanecer
Pelo seu brilho,
As tormentas mais duras:
- Fome, miséria, guerra, morte, ambição ignóbil –
E as mais terríveis torturas. 


Desejei que a verdade e a ética
Vencessem o egoísmo doentio
E pela pujança das ideias puras,
Ultrapassassem a frieza e o muro
Do desamor sombrio e escuro. 


Mas a dureza das coisas estabelecidas,
Perdura…
E a dor e o lamento e o choro…
Cantos fúnebres, infelizes
A natureza e a humanidade entoam,
Permanecendo a mudança por ser,
Por efetivamente acontecer,
No real verdadeiro do mundo.


(Paula Coelho, 4 de Fevereiro de 2013)


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